Até onde vai a Arte e começa a Ciência ou vice-versa? A japonesa Sachiko Kodama estabelece a ponte entre as duas. Começou por obter uma graduação em física e, não satisfeita, frequentou de seguida um curso de belas-artes, após o que iniciou o doutoramento na área da holografia e arte computacional. Kodama tem, portanto, um currículo impressionante. Ultimamente tem-se tornado conhecida graças às suas esculturas e outros trabalhos com ferrofluidos. Há quem lhe chame "arquitectura líquida".
Um ferrofluido, ou fluido magnético, é um líquido que possui em suspensão partículas microscópicas de metais ferromagnéticos e que, por isso, é sensível a campos magnéticos que lhe podem moldar a forma. Como o líquido não retém a magnetização, assim que esta cessa tudo volta à forma inicial. Este material de propriedades interessantes foi originalmente desenvolvido pela NASA nos anos 60' para tentar controlar combustíveis em gravidade zero.
Foram estas características que captaram o interesse de Kodama e a fizeram desenvolver um projecto a que chamou "Protrude, Flow". Neste projecto, a artista explora as propriedades plásticas dos ferrofluidos e consegue criar formas e padrões surpreendentes e belos, que surgem do nada para logo tornarem a desaparecer ou a assumir outras formas sob a acção de novos campos magnéticos. A superfície brilhante e a cor escura do líquido que parece uma criatura com vida própria provoca um efeito simultâneo de receio e de admiração.
Tal como neste caso, existem muitas vezes no domínio científico, matemático ou racional combinações de uma beleza insuspeita. Afinal existe algo na ordem, natural ou artificial, que admiramos genuinamente e a que chamamos belo, tenhamos a mente objectiva de um verdadeiro cientista ou a alma emotiva de um artista. Sachiko Kodama tem as duas.
Fonte: youtube e obvious
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